VENTILAÇÃO NATURAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Quem não já teve problemas com o calor dentro de casa ou em algum outro lugar? A falta de ventilação em um espaço construído também gera uma sensação sufocante e isso, com certeza, afeta de diversas formas o usuário desse ambiente. A seguir, será apresentado quais os tipos de ventialações e seus mecanismos.

A subida do ar quente e a redução do ar frio dá origem ao movimento do ar, assim, o ar externo leva o vento para dentro do ambiente, sendo espalhado. Existem três tipos de ventilação: mecânica, natural e mista.

O que é Ventilação?

É o fluxo de ar nas edificações e ambientes possibilitados por meio de janelas, claraboias, portas, peitoris ventilados, lanternins e demais aberturas.

Aplicações eVantagens:

• Renovação do ar;

• Resfriamento psicofisiológico;

• Resfriamento convectivo;

• Redução ou eliminação da necessidade de climatização artificial;

• Melhoria da qualidade do ar interior;

• Redução dos níveis de umidade;

• Melhoria do conforto ambiental.

Arquitetura

A qualidade de uma edificação refe-se ao conforto ambiental de seus cômodos, viabilizado através de condições ideais de funcionalidade, iluminação, temperatura, umidade, renovação de ar e isolamento acústico. Os objetivos e o projeto variam conforme o padrão de uso da edificação e com o clima local. Dessa forma, os ventos dominantes do local, o entorno e o plano bioclimático devem ser considerados.

Ventos dominantes

São os ventos com maior ocorrência no local, que pode sofrer alteração durante as diferentes Estações do ano. É importante conhecer algumas informações climatológicas de cada cidade, sendo essas: velocidade média; variações anuais, sazonais e mensais; direção dominante, entre outras.

Porosidade

A porosidade é definida através da somadas áreas efetivas de ventilação e a área da fachada, sendo recomendado no mínimo 20% em duas fachadas diferentes.

Permeabilidade entre Fachadas

O projeto de ventilação natural deve definir condições para a passagem de ar entre as aberturas situadas em no mínimo duas fachadas, visando atingir pontos positivos em aspectos de conforto e higiene. Fachada com menor número de aberturas deve possuir no mínimo 25% da área efetiva de ventilação da fachada principal.

Área de ventilação

Cada ambiente depende de dois fatores para alcançar a ventiação: utilidade e zona bioclimática. A área mínima é dada por uma porcentagem da área de piso do ambiente.

Para áreas de permanência prolongada, o Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética das Edificações define:

• Zonas Bioclimáticas de 1 a 6 – 8%

• Zona Bioclimática 7 – 5%

• Zona Bioclimática 8 – 10%

Calor

É necessário analisar a quantidade de calor nos ambientes e a diferença de temperatura interna e externa para definir a taxa de fluxo de ar necessário.

Tipos de Ventilação

Ventilação Cruzada - Definida pelo fluxo de ar entre as aberturas em fachadas diferentes, possibilidado através dos efeitos da pressão negativa e positiva que o vento atua sobre a edificação. Dessa forma, para uma ventilação natural funcional é necessário estabelecer as aberturas em  zonas de pressões opostas.

Ventilação por Efeito Chaminé - O ar mais denso (frio) exerce pressão positiva, o ar menos denso (quente) atua com baixa pressão e tende a subir criando correntes de convecção.

Ventilação Zenital - Caracterizada devido a função da localização de no mínimo uma das aberturas, onde o zênite é definido como o ponto acima de um local específico.

Ventilação Mecânica - É definida pela utilização de equipamentos, como condicionadores de ar e ventiladores, para melhorar a circulação de ar nos ambientes.

Ventilação Unilateral - São aberturas em uma uníca lateral de um edifício, executadas para possibilitar a ventilação natural em espaços de projetos onde a ventilação cruzada não é viável, devido a restrições estruturais ou ambientais.

Ventilação Cruzada - Ocorre quando as aberturas em um espaço estão situadas em paredes opostas ou adjacentes, isso possibilita a passagem de ar por ambos os lados. Esse sistema é utilizado em edifícios localizados em zonas climáticas com temperaturas mais elevadas para reduzir a temperatura interna dos edifícios.

Torres de Ventilação - Esse sistema tráz o ar mais frio de fora para dentro do edifício, em um pavimento inferior, tornando-se mais quente conforme a exposição à fontes de calor no espaço. Dessa forma, o ar quente sobe e sai do abiente por meio de aberturas estabelecidas no pavimento superior. A torre de ventilação é mais funcional em edifícios altos com átrios centrais, no entanto, também é aplicado em ambientes os quais a ventilação cruzada não ser aplicada. Assim, a temperatura interna deve ser mais alta do que a externa.

Efeito Chaminé

Em edifícios verticais, o efeito chaminé é constantemente utilizado. O ar frio produz pressão sob o ar quente, forçando-o a subir. Nesse caso, porém, as áreas abertas no centro do projeto ou nas torres permitem que o mesmo ar circule por todo o ambiente interno, saindo pelo telhado, clerestório, aberturas zenitais ou exaustores de vento.