UMIDADE EM CASA, COMO RESOLVER?

Antes de mais nada, atente-se a esta frase "deve-se planejar e prever futuros problemas". A manifestação patológica nas edificações é o primeiro sinal de que algo afetou a estrutura, e continuará a degradá-la caso não seja adotada nenhum tipo de intermediação em relação aos fenômenos deteriorantes.

 A grande vilã das construções sempre foi a água, uma vez que, seus estragos vêm sendo reparados desde a antiguidade por meio de diversos materiais com características impermeabilizadoras, como o óleo de baleia, utilizado na argamassa de assentamento para erguer grandes igrejas e pontes históricas no Brasil.

   Os produtos impermeabilizantes tem como finalidade promover a durabilidade da estrutura, além de evitar possíveis problemas de saúde devido a proliferação de fungos e bactérias em locais úmidos.

PROBLEMAS

1. Danos à funcionalidade da estrutura;

2. Problemas de saúde aos usuários;

3. Deterioração de equipamentos e utensilíos;

4. Prejuízos financeiros.

ORIGEM DA UMIDADE

   Para adotar uma boa solução ao problema, faz-se necessário verificar a origem da umidade, fator que determinará quais ações reparativas serão tomadas.

Umidade de Construção

​ É a água presente nos materiais utilizados durante a construção, e essa cura pode durar até seis meses.

​Umidade Descendente (chuva)

​ Proviniente da chuva, também pode ocorrer devido falhas de projeto e execução.

​Umidade por Vapor

​ A água em forma de vapor no ar encontra-se com superfícies mais lisas, onde possibilita o processo de condesamento.

​Umidade por Elevação

​ Quando ocorre a absorsão da água por capilaridade, sendo induzida diretamente, pelo contato da fundação com a água ou solo úmido.

​Umidade por Vazamentos

   Danos na tubulação de água e esgoto difíceis de serem localizados.

PATOLOGIAS​

INFILTRAÇÃO

​ É a penetração da água na edificação através das alvenarias, janelas, por gravidade e abaixo do solo (devido a pressão entre o exterior e interior da construção. ​

MANCHAS

​ As manchas geralmente são bem características dos materiais expostos a umidade, como o inchamento das madeiras. Essa patologia pode ter origem em telhados, lajes de cobertura, terraços e vazamentos.

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MOFO OU BOLOR 

​ É a proliferação de fungos e bactérias que destroem os materiais, sendo identificados visualmente e próximo ou na fonte da umidade.

EFLORESCÊNCIA

​ São sais que se dissolvem quando entra em contato com a água, causando manchas esbranquiçadas em materiais como revestimento cerâmico, alvenarias, concretos e argamassas.

CRIPTOFLORESCÊNCIA

​ Muito parecido com o processo de manifestação do item anteriormente definido, também, procede-se através de sais solúveis em água, que formam grandes cristais aderidos ao inteior da estrutura.

OXIDAÇÃO E CORROSÃO DAS ARMADURAS

​ A oxidação é a transformação do metal em seus óxidos, como a ferrugem, que ocorre no aço e ferro. A ferrugem é um sal de baixa aderência, de aspecto ruim e de volume maior do que o ferro de origem. A corrosão da armadura dá inicio logo após a carbonatação destruir o filme protetor das barras de aço, que expande-se e leva ao aparecimento de fissuras, descolamento do concreto e redução da área da armadura.

FISSURAS

​ O aumento do teor da umidade gera uma movimentação expansiva do material, assim como, a sua diminuição também causa uma contração. No caso de janelas é possível atenuar esses afetantes através dos vínculos de concreto, como a verga e contraverga.

IMPERMEABILIZAÇÃO​

 Conforme a NBR 9575 (2010) impermeabilização é o “conjunto de operações e técnicas construtivas (serviços), composto por uma ou mais camadas, que tem por finalidade proteger as construções contra a ação deletéria de fluidos, de vapores e da umidade”.

COMPOSIÇÃO DO SISTEMA GENÉRICO

1. Regularização: processo que possibilita uma superfície uniforme e declividade necessária (mínimo 1%) à camada impermeável;

2. Camada impermeável: é a camada cuja função é formar uma barreira contra a passagem de fluidos;

3. Camada separadora: parte que evita a aderência de outrosmateriais sobre a camada impermeável, como o papel Kraft betumado e lâmina plástica pré-formada;

4. Proteção mecânica: camada que possibilita absorver e dissipar os esforços solicitantes sobre a camada impermeável e protegê-la contra os danos destes esforços mecânicos;

5. Proteção térmica: camada cuja função é proteger a camada impermeável dos efeitos danosos da temperatura;

6. Camada de berço: tem função de apoio e proteção da camada impermeável contra ataques originados do substrato;

7. Camada de amortecimento: utilizada em conjunto com a camada de berço, absorve e dissipa os esforços solicitantes sobre a camada impermeável, além de protegê-la contra os danos destes esforços mecânicos.

SISTEMAS USUAIS

​ Existem diversos sistemas aplicados aqui no Brasil, inclusive, ressalta-se que para a escolha adequada do tipo de impermeabilização é necessário a análise de alguns fatores, sendo estes: qual o porte da construção, qual o tipo de estrutura, impecilios na área de impermeabilização, custo, vida útil, mão-de-obra e etc..

REQUISITOS DE DESEMPENHO DO SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO

1. Suportar as ações solicitantes;

2. Suportar os efeitos da deformação térmica do substrato;

3. Suportar o intemperismo e ataques biológicos;

4. Resistir à umidade;

5. Deve resisir aos esforços mecânicos, aderência e flexibilidade;

6. Vida útil conforme as especificações de projeto;

7. Suportar esforções de tração;

8. Resistir à abrasão,protegendo ao desgaste prematuro do sistema;

9. Deve suportar cargas elevadas e ataques químicos;

10. Deve suportar baixas temperaturas.
    

TIPOS DE SISTEMAS (ABNT,2010)

Sistema Rígido

​ Produtos feitos para aplicar nas partes construtivas não vulneráveis à fissuração/dilatação/movimentação. As trincas e a grande variação de temperatura aparecem como desvantagens nesse tipo de sistema. Os sistemas rígidos mais comuns são: argamassa impermeável com aditivo hidrófugo (não permite que as bolhas de água entre no substrato), argamassa adulterada com polímero; argamassa polimérica; cimento cristalizante para pressão negativa; cimento modificado com polímero e membrana epoxídica. Esse sistema pode ser aplicado em estruturas com pouca movimentação e dilatação térmica, como reservatórios enterrados, subsolos, piscinas e pequenas estruturas.

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Sistema Flexível

​São produtos que serve para aplicar nas partes da edificação vulneráveis à fissuração/dilação/movimentação, sendo assim, a impermeabilização elástica acompanha esses pequenos movimentos da superfície sem se romperem, aplicados em lajes, reservatório de água elevado, coberturas, e etc.. No entanto, a sua mão-de-obra requer bastante cuidado, por isso, recomenda-se uma empresa especializada na aplicação desse sistema.

   Dito isto, os sistemas de impermeabilização do tipo flexíveis mais utilizados são: membrana de asfalto modificado sem adição de polímero, membrana de asfalto modificado com adição de polímero elastomérico, membrana de emulsão asfáltica, membrana de asfalto elastomérico em solução, membrana elastomérica de policloropreno e polietileno clorossulfonado, membrana elastomérica de poliisobutileno isopreno (I.I.R), em solução, membrana elastomérica de estireno-butadieno-estireno (S.B.S.), membrana de poliuretano, membrana de poliuréia; membrana de poliuretano modificado com asfalto, membrana de polimero modificado com cimento, membrana acrílica, manta asfáltica, manta de acetato de etilvinila (E.V.A.), manta de policloreto de vinila (P.V.C.), manta de polietileno de altadensidade (P.E.A.D.), manta elastomérica de etilenopropilenodieno-monômero (E.P.D.M.), manta elastomérica de poliisobutileno isopreno (I.I.R).

PREVENÇÃO E TRATAMENTO​

1. Proteja com um revestimento impermeável que resista à pressão d'água;

2. Não deixe falhas nas juntas entre os blocos e os revestimentos;

3. Cuidado com locais enterrados, estes são insalubres e a água contém sais do solo que se acumulam na parede deteriorizando-as com o passar do tempo;

4. Revista a área interna das paredes em contato com o solo com uma camada grossa de impermeabilizante;

5. Faça o preparo da base e a drenagem (verifique a necessidade de drenagem vertical, por gravidade como em muros de contençao e subsolos);

6. Verifique a necessidade de tratamento em pontos específicos como encontros de paredes com pisos, áreas de fixações e passagens de tubos;

7. Para evitar as infiltrações utilize uma camada grossa de impermeabilizante no tratamento de pontos singulares: faça uma meia-cana entre paredes e pisos e preencha falhas nas juntas de assentamento dos blocos.

8. Escolha o produto adequado para cada situação. Leia corretamente as especificações e instruções de uso dos fabricantes;

9. Remova todo o revestimento deteriorado e os resíduos de carbonatação até obter uma superfície sólida e lave com água limpa.

TRATAMENTO DA UMIDADE POR CAPILARIDADE

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Drenagem no perímetro da construção

​ Quando o nível do lençol freático está alto, a umidade por ascensão, consequentemente, afeta o imóvel, assim é possível realizar uma drenagem em todo o perímetro.

Isolamento Hidrofóbico nas Paredes

​ Apesar da técnica ser a mais tradicional, é, também, a mais complexa e onerosa para executar. Esse processo é muito comum em casas sem nenhum tipo de isolamento para a umidade por ascensão, assim, impedirá o aumento da patologia.

   É válido lembrar que a mão-de-obra desse serviço deve ser realizado por um profissional especializado no processo, pois, este precisará abrir de lado a lado as paredes afetadas com a umidade, bem rente, acima do nível de pisos ou rodapés (15cm de altura do piso interior). Dessa forma, a parede é substituida por fileiras de tijolos com uma mistura impermeável, utilizando uma membrana plástica ou asfáltica, como barreira de proteção hidráulica impermeável.

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Injeção de resinas para preencimento da capilaridade

​ É aplicado um líquido impermeabilizante que se infiltra na parte inferior da alvenaria com danos da umidade do solo, formando uma barreira protetora e impermeável. A técnica não é recomendada para construções em tijolos/blocos ocos, devido a grande quantidade de resina que seria utilizado para o preenchimento dos furos e nem em casos de umidade de subida de água por lençóis freáticos.

Barreira elétricas

​ As barreiras elétricas por eletro-osmose é uma das melhores técnicas para remover a umidade das paredes. O processo é realizado por um aparelho sem fios, sendo possível sua intalação na area central da edificação, movimentando a água de uma parede porosa para fora. Uma onda de frequência altera a polaridade entre as paredes da construção e do terreno, invertendo a direção da migração da água, revertendo o problema da umidade. Assim, a umidade das paredes e pisos transferem-se para o solo através das paredes, possibilitando a secagem dos materiais permanentemente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

​LIRA; et al. (2021). DIAGNÓSTICO E RECUPERAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM ALVENARIAS DE VEDAÇÃO DE UM HOSPITAL BRASILEIRO. Revista de Engenharia e Pesquisa Aplicada, v.6, n. 1, p. 44-53, 2021;

MORAIS, CARLOS (2021). MAIN PATHOLOGIES CAUSED BY MOISTURE IN MASONRY AND THE IMPORTANCE OF WATERPROOFING AS A PREVENTIVE MEASURE. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.3, p.27958-27971 mar 2021;

ROCHA, BRUNA BORGES; DA FONSECA, ADAIANNY C. R. (2021).  PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS CAUSADA POR UMIDADE EM RESIDÊNCIAS: ESTUDO DE CASO. Universidade UNA de Catalão – Campus Santo Antônio.